FORMAÇÃO SUPERIOR EM EXTENSÃO AGRÁRIA EM MOÇAMBIQUE: ANÁLISE E LEVANTAMENTO DE NECESSIDADES
Cornelia Gafah, Mercy Akeredolu, Deola Naibakelao, Edson Nogueira, Emerciana Muhacha
Palavras-chave:
necessidades, extensão agrária, Sassakawa Africa Fund for Extension EducationResumo
Moçambique é um país com enormes potencialidades para a prática de uma agricultura sustentável e produtividade reconhecível. Estima-se que o país possui um pouco mais de 36 milhões de hectares de terra arável, dos quais apenas 10% em uso e 90% destes pelo sector familiar. Porém, nos últimos 15 anos, uma, em cada duas crianças moçambicanas, é assolada por desnutrição crónica, cujos efeitos vão desde mortes infantis, privação entre as gerações, má saúde e baixos aproveitamentos escolares (Rich, 2016). Sendo a Economia essencialmente agrária, com uma contribuição ligeiramente superior a um quarto do produto interno bruto do País, produtividade baixa e emprega pouco mais de 80% da força de trabalho total, fica claro a necessidade de uma assistência técnica em Extensão Agrária, por via de formação profissionalizada e especializada dos principais intermediários e agentes de intervenção agrária – os extensionistas. O estudo procurou analisar e levantar as necessidades para implementação do curso de Licenciatura em Extensão Agrária, em parceria com a Sassakawa Africa Foun for Extension Education (SAFE) e o Ministerio da Agricultura e Segurança Alimentar (MASA), tendo respondido a pergunta sobre que necessidades os pequenos agricultores, extensionistas, empregadores, instituições de ensino superior vocacionadas a area de agricultura e outras agentes de extensão, gostavam de ver supridas com o curso de Licenciatura em Extensão Agrária? Quanto à abordagem, enquadra-se no género de estudos quantitativos (quanto à abordagem), exploratória (quanto ao objectivo) e aplicada (quanto à sua natureza), por gerar conhecimentos para a aplicação prática, busca de solução de problemas específicos para além de envolver verdades e interesses locais e específicos. Foram inqueridos 4 (quatro) grupos de agentes, tendo, de forma unânime, considerado relevante e necessário que os extensionistas do país necessitam de uma formação especializada de nível superior, que lhes garanta determinadas competências como: organizar, gerir e supervisionar as redes de extensão, o processo de marketing assim como o controle de qualidade dos produtos incorporando neles a adição de valor, realizar e conduzir pesquisas, dados e inquéritos, de entre outros.