20 ANOS UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE - 10 ANOS UCM NA LUTA CONTRA O SIDA
Michael Kelly, Annett Pfeiffer, Hemma Tengler
DOI :
https://doi.org/10.70634/reid.v1i5.54Mots-clés :
Papel das Universidades Católicas no desenvolvimento, boa prática, HIV&SIDA, Género, The role of Catholic Universities for development, Best Practice, HIV&AIDS, GenderRésumé
Segundo vários estudos (ONUSIDA, 2006, 2013, Boutayeb, 2009, Whiteside & Barnett, 2006), a epidemia do HIV&SIDA constitui um obstáculo ao desenvolvimento socioeconómico, que afecta todos os sectores. Sendo Moçambique um dos 10 países do mundo com as mais altas prevalências, a UCM viu a necessidade de se envolver na prevenção e mitigação do impacto, como uma obrigação nacional e uma responsabilidade Cristã. O artigo vai ilustrar o contexto duma instituição de ensino superior em Moçambique, descrever o historial do combate ao HIV na UCM, e desenvolver perspectivas para um envolvimento, com base nos princípios éticos e morais da Igreja Católica. A UCM iniciou as primeiras actividades pontuais de HIV, em 2002. O processo da institucionalização do compromisso da UCM foi se concretizando, na fundação de núcleos estudantis de HIV, nas Unidades Básicas, na contratação de um assessor do Reitor para a área HIV, e na aprovação das políticas de HIV&SIDA, e de Assédio Sexual e de Género. Outros marcos importantes do compromisso foram o estabelecimento de Gabinetes de Aconselhamento e Testagem, em todas as UBs, e a introdução no curriculum de uma Disciplina transversal obrigatória de Habilidades de Vida, Género e HIV. Metodologias inovadoras e interativas caracterizam as intervenções intra- e extracurriculares da sensibilização da UCM. O artigo enfatiza a simbiose efectiva entre a Igreja e a Universidade, com um potencial forte, para o combate ao HIV/SIDA; o papel do ensino superior, na estimulação da mudança de comportamento, no seu meio, e nas comunidades, e na formação de futuros líderes sensíveis às causas e estratégias multifacéticas de resposta à epidemia. A experiência da UCM é única em Moçambique, e foi premiada como boa prática. Serão ainda apresentadas algumas perspectivas para o futuro: a intensificação das actividades nas comunidades, a integração da pesquisa científica, a inclusão de pessoas a viver com HIV, a amplificação da abordagem e actividades inovadoras.
According to several studies (UNAIDS, 2006 & 2013, Boutayeb, 2009, Whiteside & Barnett, 2006) the HIV & AIDS epidemic is a barrier to socio-economic development involving all sectors. Mozambique being one of the ten countries in the world with the highest level of HIV-prevalence, the Catholic University of Mozambique (UCM) saw the need to engage in preventing and mitigating the impact as a national duty and Christian responsibility. This article illustrates the context of a higher education institution in Mozambique, describing the history of the fight against HIV at UCM, and develops prospects for involvement in conformity with the basic ethical and moral principles of the Catholic Church. UCM began its first specific HIV activities in 2002. The University’s commitment to an institutionalization process materialized in the formation of student HIV activist groups in the faculties, in hiring an HIV advisor to the Rector and in the approval of the HIV & AIDS, Sexual Harassment and Gender policies. Further milestones of the commitment were the establishment of Counselling and Testing Offices in all faculties and the introduction in the curriculum of a compulsory cross-discipline module on Life Skills, Gender and HIV. The article emphasizes the effective symbiosis between the Church and the University with a strong potential to combat HIV/AIDS, the role of higher education in behaviour change stimulation in the university environment and among communities, and the training of future leaders sensitive to multi-factor causes and strategies of response to the epidemic. The experience of UCM is unique in Mozambique and has been recognized as a best practice. The article presents some prospects for the future: the intensification of activities in the communities, the integration of scientific research, the inclusion of people living with HIV, the extension of the approach, and innovative activities.