Os Mega-Projectos em Moçambique: A conclusão precipitada que pode condenar Moçambique ao fracasso?
Ibraimo Hassane Mussagy
DOI:
https://doi.org/10.70634/reid.v1i2.23Keywords:
Mega-projectos, Desenvolvimento localAbstract
Moçambique é uma das economias que vem registando taxas de crescimento elevadas a nível mundial, com uma média de 8.1 % desde 1993. O clima de investimento liberal atraiu vários Mega Projectos. Como resultado, em 2003 e 2004, a tendência de crescimento manteve-se e a actividade económica foi praticamente sustentada pelo sólido desempenho dos Mega Projectos. Houve avanços significativos em relação aos principais indicadores de desenvolvimento humano e social, com uma diminuição substancial nas áreas de mortalidade materno-infantil e um aumento das matrículas escolares. Apesar dos grandes feitos da economia moçambicana, cerca de 50 % da população é ainda considerada pobre e as desigualdades quanto ao rendimento e à riqueza continuam evidentes, sendo possível que tenham até aumentado em algumas regiões. Pode-se inferir que as elevadas taxas de crescimento não foram capazes de gerar emprego suficientes nas populações (PEA, 2005). O facto aqui destacado é a fraca ligação entre os Mega Projectos e a economia nacional. Estes são geralmente intensivos em capital e, portanto, não geram emprego directo proporcional ao seu peso no investimento, produção e comércio. Para que os ganhos dos Mega projectos sejam visíveis, é necessário que haja um projecto nacional de desenvolvimento coerente, factível e que haja capacidade e vontade de articular as diferentes dinâmicas da economia para gerar as necessárias ligações e sinergias essenciais para o desenvolvimento.